segunda-feira, 10 de outubro de 2011

A construção discursiva empreendida nos recursos midiáticos utilizados para informar o público-alvo.

                                                          Andréia teixeira
O presente trabalho  possuiu a finalidade de apresentar uma análise de um do  boletim e o de nº 34, do Sindicato Único dos Trabalhadores de Minas Gerais, veiculado no portal do SINDUTE MG, no dia 13 de junho de 2011, com o título “Subsídio é bom para quem?”, impresso e divulgado  na mídia dando ênfase  ao modelo de remuneração que  não deu certo, e foi apresentado aos servidores públicos da educação. Serão apresentadas também informações divulgadas na imprensa e na internet, abordando o tema do trabalho e os atores, ou sujeitos envolvidos na construção discursiva. Contudo, serão utilizadas as teorias de  Charaudeau que  “não deixam, em momento algum, de caracterizar esses sujeitos dos discursos como seres socialmente situados, portadores de identidades e de recursos específicos que os condicionam na definição de seus cursos de ação”.
Boletim do Sindicato Único dos trabalhadores  em Educação de Minas Gerais

Análise do boletim divulgado no dia  13. 06.2011
De acordo com os  estudiosos da linguagem o termo boletim pode ser definido como:
s.m. Publicação sucinta, geralmente periódica, em que se dá notícia ou informação sobre assuntos de interesse público, ou do interesse de determinada comunidade, agremiação etc. Resenha noticiosa de operações militares. Comunicado telegráfico. Publicação periódica de textos oficiais.
(Disponível no site: http://www.dicio.com.br/boletim/ em 12.06.11)

A semântica, a semiótica e a construção discursiva presente nos símbolos e cores que constituem o boletim do Sindute

É mister esclarecer que a Semântica  é a ciência que estuda o sentido das palavras de uma língua, inclusive a  portuguesa, o significado das mesmas e leva em consideração algumas particularidades desta  língua.
Já a  Semiótica ( semeion=sinal)  é a ciência que estuda os significados da linguagem e dos símbolos, sendo esta área do saber muitíssimo conceituada.
Com o auxílio das duas ciências supracitadas, a partir de agora serão observados e analisados os textos, símbolos e cores utilizadas pelo Sindute na elaboração do boletim em estudo.
Verificando a parte superior do boletim em estudo, visualizam-se duas cores que se destacam no design. A vermelha presente na ponta do lápis menor,  desenha um triângulo, simbolizando a logo-marga do Sindicato, além de remetermos ao mesmo símbolo presente na bandeira de Minas Gerais.
A cor azul nos lembra a cor da bandeira da  Inconfidência Mineira, que por sua vez é constituída também por quatro triângulos e  pela cor vermelha . De acordo com os estudos da história de Minas, para “Tiradentes, o triângulo centrado da bandeira simbolizava a Santíssima Trindade, e, segundo muitos, os ideais pregados pela Revolução Francesa: Liberdade, Igualdade e Fraternidade”.  Com isto percebemos a construção semiótica do boletim com traços históricos especificamente mineiros.
Um dos ícones que aparece no cabeçalho do boletim  é um livro aberto com um globo sobreposto logo acima, o site, o movimento das aspas podem ser  explicados da seguinte maneira:
 a criação do Livro corresponde ao saber/conhecimento, o Globo significa que esse livro leva conhecimento a todos os cantos do planeta e a disposição do site do Sind-UTE/MG à frente sugere que neste espaço a pessoa vai conhecer uma vasta disposição de conteúdo ligado à educação disponibilizado pelo Sindicato dos Trabalhadores na Educação de Minas Gerais. O movimento das aspas sinaliza a transmissão de diálogo, velocidade no tempo dessa comunicação.  A carta/@  significa o movimento estilo aspas e o email do Sind-UTE/MG. A carta é indicativo de correspondência (forma com que as pessoas se comunicam, e é uma simbologia de conhecimento universal, o @  é utilizado para dizer que essa comunicação pode ter também esse espaço, que é o virtual. Por fim o movimento das aspas sinaliza transmissão de diálogo, velocidade no tempo dessa comunicação.
                    (Disponível em 13.06.2011 http://www.sindutemg.org.br/novosite/index.php)
No boletim vemos claramente   a caricatura usada como recurso de linguagem, presente nos  textos verbais e não verbais. Segundo os grandes estudiosos,  historicamente a palavra caricatura surgiu da língua italiana, especificamente da palavra “caricare (carregar, no sentido de exagerar, aumentar algo em proporção”) e é considerada:
um desenho de um personagem da vida real, tal como políticos e artistas. Porém, a caricatura enfatiza e exagera as características da pessoa de uma forma humorística, assim como em algumas circunstâncias acentua gestos, vícios e hábitos particulares em cada indivíduo. A caricatura é a mãe do expressionismo, onde o artista desvenda as impressões que a índole e a alma deixaram na face da pessoa. A distorção e o uso de poucos traços são comuns na caricatura. Diz-se que uma boa caricatura pode ainda captar aspectos da personalidade de uma pessoa através do jogo com as formas. É comum sua utilização nas sátiras políticas; às vezes, esse termo pode ainda ser usado como sinônimo de grotesco (a imaginação do artista é priorizada em relação aos aspectos naturais) ou burlesco.
                            (Disponível no site http://pt.wikipedia.org/wiki/Caricatura em 12.06.11)

Conforme a  definição  histórica do desenho intitulado “caricatura”, e a  associação  ao objeto de análise acima, pode-se perceber que o ator presente na caricatura é uma personalidade real e  possui uma vida política ativa, característica muito presente nas caricaturas. Percebe-se no desenho a utilização da sátira, ou seja, “uso de ironia ou de sarcasmo para atacar alguma forma do comportamento humano”,  da personagem, “desvendando  impressões da sua índole” diante de algumas de sua atitudes perante a um determinado período  enfrento pela do classe dos  Educadores de Minas e defendida pelo Sindicato Único dos trabalhadores  em Educação de Minas Gerais.
Também pode ser observado  que o desenho foi muito bem construído de forma a captar aspectos da personalidade” do ator principal da cena exibida no boletim 34.    
Ao analisarmos  a construção discursiva “PROCURA-SE”, nota-se que:
Esta constitui-se por duas palavras, sendo a primeira um verbo no modo indicativo aparecendo na 3ª. pessoa da conjugação verbal, com a conotação de  alguém estar sendo procurado por algum ato cometido ilegalmente. E isto se explica com o término da leitura do texto que menciona o motivo pelo qual o indivíduo  está sendo procurado, ou seja,  acredita-se  que  ele  está “fora da lei”, quebrando o contrato estipulado  pelo  STF( Supremo Tribunal Federal) de efetuar o pagamento do novo piso salarial.  Na caricatura e no texto construído, vê-se claramente que o sujeito procurado  assume a identidade social de Governador de Minas Gerias, que aqui será visto como um dos atores que constituem a construção discursiva analisada.
Com relação a palavra “SE” , nota-se que a mesma aparece como uma partícula apassivadora complementar para acrescentar um certo sentido na expressão, visto que não é mencionado o nome do sujeito da ação de procurar, mas entende-se que é alguém que possui uma identidade social, ocupando o cargo político importante em Minas Gerais.
Se refletirmos sobre a construção discursiva que segue na caricatura “GOVERNO DE MINAS FORA DA LEI”, percebe-se  o discurso implícito no texto, pois o sujeito enunciador menciona sobre a infração cometida pelo Governo ao descumprir a determinação do Supremo Tribunal Federal, julgada no dia 06 de abril deste ano, determinando a obrigatoriedade do cumprimento da lei instituída para o pagamento do novo Piso Salarial Profissional Nacional aos profissionais da educação.

Referências Bibliográficas

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(Disponível no site https://www.educacao.mg.gov.br/ em 30.06.2011)
(Disponível no site http://g1.globo.com/videos/minas-gerais/ em 08.06.2011)
(Site:  http://www.sindutemg.org.br/novosite/index.php Disponível em 13.06.2011)


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